quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Tão perto do céu.......

Na última Expovinis, realizada em São Paulo, a grande novidade foram os vinhos de altitude de Santa Catarina, apresentados por produtores com perfil inovador mostrando que vieram unir forças com as regiões já produtoras do Rio Grande do Sul, consolidando um novo Pólo do Vinho Nacional. As variedades já testadas com sucesso no planalto catarinense surpreendem pela potência e equilíbrio dos ditos "vinhos do céu". O que esses vinhos de altitude do Sul do Brasil tem? Cultivados entre 900m e 1400m acima do mar esses vinhedos experimentam condições climáticas particulares, onde as baixas temperaturas facilitam o deslocamento do ciclo vegetativo, retardando a brotação e o amadurecimento. Condição que lhes permite usufruir de uma maior amplitude térmica no período de maturação( dias relativamente quentes e noites frias). Além de proporcionar uma colheita em período (meados de Abril) , onde historicamente os índices de pluviosidade são baixos, o que permite uma maturação fenólica mais completa e tão determinante na qualidade dos vinhos. Dominam nessas regiões as variedades francesas, Cabernet Sauvignon, Merlot e Chardonnay, experimentalmente estão sendo testadas variedades espanholas, italianas e portuguesas. No Rio Grande do Sul se destaca a região de Campos de Cima da Serra, com o projeto R.A.R. do empresário Raul Random e o ousado projeto da Villa Francione, em São Joaquim-SC.
De produtora de maçãs e pêssegos, Santa Catarina se transforma em forte produtora de uvas finas e vinhos de qualidade, fato que motivou a criação da Associação Catarinense dos Produtores de Vinhos Finos de Altitude ( ACAVITS), que já conta desde sua criação, em 2005, com 35 empreendimentos e por volta de 160 produtores das regiões de São joaquim, Caçador, Campos Novos, num total de 300 hectares de uvas viníferas em produção no estado. Essas novas regiões já nos brindam com vinhos bastante equilibrados.
Nos últimos 10 anos o cenário vinícola do Brasil se transformou, deixamos de ser dominados pelas multinacionais, e as Coooperativas passaram a reunir os produtores independentes até então meros fornecedores de uvas. Assistimos o surgimento de grupos que hoje lideram o mercado como Miolo, Dal Pizzol, Perini, Cave de Amadeu, Don Laurindo, Villa Francione, entre outras.
Quer mais motivos para degustar nossos brazucas????